quinta-feira, 19 de março de 2009

Vais ou ficas?

Falando num assunto que está na berra e caindo no erro de me repetir, pois já abordei o assunto anteriormente e também noutros blogues, mas queria deixar a minha opinião acerca de Quique Flores e seu futuro no Benfica.
O SLB desde há uns largos anos até à data, teve sempre uma grande rotatividade de treinadores, não os aguentando 2 épocas seguidas. Consequentemente estes treinadores traziam contentores de jogadores referenciados pelo próprio ou por comissionistas, em que o resultado era zero. Chegam e é lhes pedido que façam o SLB Campeão, ou que ganhem uma Taça nessa temporada. Se não o conseguirem saltam fora e venha outro tentar a sorte. Parece a feira das oportunidades.
Obviamente que não concordo com esta política de maneira nenhuma. Só cria nervosismo, ansiedade e passa a imagem de clube instável. Apitos à parte, continuamos a ganhar... nada. Benefícios? Só para terceiros e esses vão alternando com campeonatos e taças de Portugal ganhas.
Defendo a continuidade de Quique, defendo esta equipa e no final da época não deveria haver transferências do núcleo duro (exceptuando Katso que muito provavelmente está de partida com destino a um país que tenha viagens directas para casa). Os jogadores já se conhecem, alguns têm contrato por vários anos, o espírito é bom e a união é visível. Temos diamantes na mão, mas temos de os polir. Temos jogadores para muito mais.
Quique já percebeu como funciona o futebol nacional, já sentiu o Espírito do Benfica, já conhece as exigências e insatisfações dos Benfiquistas e já sabe a pressão que sofre em ser treinador deste Enorme Clube (muito diferente do que treinou até hoje). Tem condições, tem mão de obra, sabe as potencialidades da Equipa, tem método, é frontal e corta o mal pela raiz. Certamente será mais exigente na próxima época e não vai permitir tantos falhanços (nem Nós).
Para o ano não haverá desculpas de adaptação, entrosamento de jogadores, nova metodologia de treino e jogo. Penso que temos de dar continuidade e acima de tudo tempo, para que o trabalho se desenvolva. Veja-se o caso do Benítez no Liverpool. Está lá há 5 anos e assinou até 2014 (mais 5) e tem tido resultados (nomeadamente europeus), no entanto o Liverpool não ganha um campeonato desde 89/90.
Rui Costa vem a terreiro defender o treinador e consequentemente o projecto que estava definido para esta época (que ainda não acabou). Refere que sabia as dificuldades que ia encontrar neste primeiro ano de viragem, mas que não quer alterar tudo, como se fazia no passado. Lá está, defendo esta ideia, mas, Estimado Rui, temo (quase que aposto) que Quique não ficará até final do contrato.
Mas deixo aqui uma questão. E se viesse um treinador que ganhasse o campeonato logo no 1º ano e no seguinte fizesse um campeonato em que o melhor que conseguíamos era uma qualificação para a Taça UEFA? No ano seguinte andaríamos a pedir um novo treinador e assim sucessivamente?
Se o Trapattoni ficasse no Benfica depois de ser Campeão e não ganhasse nada...

10 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo,

encontro-me dividido, se por um lado o Benfica nada joga, não tem fio de jogo e acima de tudo não convence, por outro lado se existisse verdade desportiva estavamos em primeiro lugar.

Vamos aguardar pelo fim da época e será a altura de fazer o balanço e decidir. Só peço que tomem a decisão correcta.
Saudações Gloriosas
..

Sou de um Clube Lutador disse...

Amigo AM,
Mais uma razão. Em campeonato normal (leia-se sem jogadas de bastidores), estariamos na frente descansadinhos da vida e sem reclamar com o treinador, mesmo não jogando bem.
Abraços
..

Carlos Machado Acabado disse...

Permitam-me que dê a minha opinião: tornou-se moda dizer que o Benfica é um "cemitério de treinadores".
Ora, se por "cemitério" se entender "um lugar onde se depositam os mortos", eu concordo.
Porque, a meu ver, o problema do Benfica é EXACTAMENTE esse: o Benfica não "executa" treinadores: acolhe-os, de há um tempo para cá, já... mortos!
Onde treinava o Graham Souness antes de vir para o Clube?
Onde passou a treinar, DEPOIS?
A verdade é que, como técnico de primeira linha, o Souness (que foi um jogador consistente, sem dúvida) pura e simplesmente 'não existe' e, aliás, NUNCA 'existiu'.
'Não existe' ele e 'não existem' (nem 'existiram') um tal Ebbe Skovdahl (alguém sabe quem é? Veio para o Benfica porque era nórdico como o Eriksson e podia ser que a qualidade deste o tivesse miraculosamente "contagiado"...).
Tal como nunca 'existiram', num plano de relevância reconhecível, Fernando Santos, Camacho (que até estava desempregado e hoje treina o último da liga espanhola...) ou um tal Koeman (que, se o deixassem dava cabo do Valência num instante).
Durante décadas, quem treinasse o Benfica (mesmo que fosse fraquinho...) "arriscava-se a ser campeão", como dizia o "velho" Wilson.
Pois, o problema é que hoje já não "há só" dois clubes em Portugal: o Benfica e o Sporting.
Hoje, o Porto com ou sem batota (com MUUUUITA batota!) tornou-se num clube verdadeiramente de primeira; hoje, o Braga tem uma equipa e um treinador francamente bons, o Guimarães já não é o sobre-e-desce constante que foi quando lá jogavam os Caiçaras e os Pinhos e o plantel eram só descartados dos grandes (o Mendes "Pé Canhão, o Peres, "Puskas do Candal") e por aí fora.
Hoje, a concorrência é tremendamente mais forte e os dois clubes de referência em Portugal até baixaram drasticamente no plano da competitividade, ajudando ainda mais a equilibras as coisas.
Por isso, hoje, já as camisolas não ganham jogos: é preciso ter argumentos REAIS, EFECTIVOS, DEMONSTRÁVEIS NO TERRENO, para competir--e ganhar.
Não bastam, pois, Camachos (o Camacho era uma nulidade táctica, um homem ultrapassadíssimo!), Fernandos Santos (um fulano sério, acredito, mas cinzento, um mero "funcionário" da bola)e quejandos que teriam inevitavelmente de falhar onde antes os Rieras e os Lajos Czeizlers trunfaram--ou os plantéis de então por eles...
Ora, hoje não chega um 'Quique' Flores (que tacticamente não "se entende" de todo com "aquilo"; que não é, por exemplo, capaz de reagir às circunstâncias do jogo em tempo real; que pensa que os defeitos de organização se corrigem com correrias e pontapés "à maluca" para o primeiro Suazo que "lhes caia entre as mãos"; que imaginam que dominar um balneário é vir para os jornais descompor os jogadores que ELE ACHA que falharam e por aí fora).
Estabilidade?
É óptima com Mourinhos, com Jorges Jesus e talvez (hoje-por-hoje) com Erikssons.
É um tormento (e pode constituir uma espécie de suicídio competitivo recorrente com Koemans, Fernandos Santos, Camachos e... 'Quiques' Flores.
Deixemo-nos de fantasias--e masoquismos competitivos!
Hoje um grande treinador, um homem que faça a diferença no terreno e fora dele, é um investimento absolutamente precioso.
E o resto, meus Amigos, são... flores!

Anónimo disse...

Só para escrever que concordo completamente com o que escreveu o CARLOS MACHADO ACABADO. Estabilidade sim, continuidade sim, mas com valores seguros. Se o Benfica falha sempre na contratação dos treinadores, como pode ter estabilidade. O Benfica faz formação de atletas, não de treinadores.
Com Czernai, Autuori, Skovdal o que esperavam ?
Se o Quique nada provar de bom, quem tem que garantir a estabilidade é o Director Desportivo.
Saudações Benfiquistas

Constantino disse...

Gosto do Quique, apesar de não jogarmos um carapau. Tem discurso limpo e perceptivel, nao se escuda em desculpas bacocas e acima de tudo é um treinador coerente. Os jogadores sabem que as decisões que toma são mesmo dele e isso é importante (coerencia foi um dos principais trunfos de Trapp e ainda é de Mourinho).
A única dúvida que me surge é saber se estamos eprante um Camacho ou perante um Trappatoni, ou seja perante um reconstrutor de equipas ou se perante um vencedor. Diz-se que Camacho fez metade do trabalho de Trapp, mas duvido que ele fosse capaz de fazer a metade que o italiano fez. No caso de Quique também me interrogo se ele será capaz de fazer os 50% que lhe faltam, porque a reconstrução está feita e bem. Partimos para esta epoca com 20 pontos de atraso para o fcp e a aproximação é evidente.

Sou de um Clube Lutador disse...

Caro Amigo Carlos Machado Acabado,
tem a porta aberta para opinar, o que a mim, me dá enorme gosto vê-lo por aqui.
Tem toda a razão e entendo o ponto de vista de quem está desiludido com este treinador, mas eu daria mais uma oportunidade. Ele também saberá que a margem de erro é muito menor.
Será um risco Quique continuar à frente do SLB...mas poderá ser um risco positivo :)
No entanto, se não sair no final da época, o mais certo é que ao 2º desaire, salte fora.


Caro António Rosa,
Obrigado por participar. Apareça mais vezes.

Abraços a todos
..

@martasta disse...

Também sou a favor da continuidade!
Do treinador e dos jogadores...
Eles precisam de confiança e de contar uns com os outros!
O Quique devia ficar mesmo não ganhando nada... é a minha opinião...


bjcaaaaaaaaaaaaa gloriosa

Rui Magalhães disse...

Também sou a favor de mais um ano de Quique, tal como está no contrato.
Todavia, não lhe perdôo ter mandado embora o léo, e conhecendo o Balboa não ser agora capaz de aproveitar as características que ele tem.
Convém também não esquecer que o Quique desde o primeiro momento teve a simpatia dos benfiquistas, talvez pela forma como fala frontalmente e não foge das questões. Antes tivemos Chalana, lol, melhor era garantido.
No entanto nós benfiquistas gostamos sempre duma novelinha e ansiamos sempre por um D. Sebastiaozinho desconhecido.
Logo acho natural esta nossa ansiedade por novos treinadores.
Mas atenção este ano poderá ainda não estar perdido, pelo menos temos de lutar para pelo menos ficar com o segundo lugar.
O Vitória terá de dizimar os viscondes.

Cumprimentos

Força SLB, rumo à quarta estrela

Anónimo disse...

Obrigado, Amigo "Sou de um Clube Lutador": voltarei sempre com o maior gosto a este agradibilíssimo "retiro" da esclarecida (e educada!)... "benfiquicidade" em que se tornou o seu animado espaço pessoal!
Quanto ao 'Quique': pois, que remédio temos nós, Amigo, senão acreditar?...
Que nos resta, de facto, além da esperança, no caso presente?...
É um caso típico de "Deixa lá ver", como dizia o cego...
Um abraço cordial (que inclui todos os Amigos benfiquistas que connosco aqui vêm conviver e, desde agora, também, de um modo muito particular, o nosso contertúlio António Rosa)!

Carlos Machado Acabado

Anónimo disse...

Com todo o respeito, Amigo Rui Magalhães, não se trata aqui propriamente de, em matéria de treinadores, aspirar por "Dons Sebastiões".
A questão é outra.
Trata-se é de não contratar (treinadores, no caso vertente) simplesmente porque são... "grandes benfiquistas" ou porque "passam as férias com o presidente".
A indústria do futebol exige um rigor na contratação de profissionais que não se compadece com voluntarismos e providencialismos de qualquer tipo ou espécie.
Que é como quem diz: com gestões concebidas como as que admissivelmente resultam na colectividade lá do bairro...
E eu não estou a minimizar estas últimas, ham?
Durante muito tempo colaborei com algumas da "minha" Margem Sul e voltaria a fazê-lo hoje com o mesmo entusiasmo e a mesma desinteressada aplicação.
A questão é que não se pode estruturar o S. Carlos como se organizaria o Rancho folclórico local--por muito que apreciemos e respeitemos o tipo particular de trabalho e de intervenção culturais feito por este.
Um clube profissional como o Benfica pode perfeitamente contratar técnicos com apenas possível futuro e mais ou menos previsível margem de progressão.
Como o Mourinho (que, quando esteve no Clube era quase só ainda o "tradutor do Robson") e, agora, este 'Quique'.
É melhor contratar um 'Quique' porque fez um bom trabalho no Getafe do que um Camacho porque passa férias com o presidente, ham?
Agora, o que NUNCA se pode fazer é pôr-lhe incondicionalmente nas mãos toda a estrutura do futebol do Clube.
É essencial blindar tanto quanto possível o risco, faseando, por assim dizer, a própria estrutura da relação profissional, de modo a atenuar esse mesmo risco.
O que não aconteceu, neste caso, pelos vistos: 'Quique' falhou praticamente tudo quanto havia para falhar.
O que isso implica em matéria financeira, a curto, médio e longo prazo, é literalmente incalculável!
Ora, qual é a grande empresa (e o Benfica, no seu âmbito específico, é isso mesmo ou DEVIA ser isso mesmo e agir como tal...) que contrata um profissional (um gestor, um vendedor, o que quer que seja) que não vende nada ou gere mal e a empresa não faz reflectir isso DIRECTA E NECESSARIAMENTE no salário e no essencial da própria condição profissional do agente?
Uma grande empresa fixa objectivos muito claros e firmes, paga (ou não!) em função do respectivo (in) cumprimento e, sobretudo, mantém o vínculo ou despede em função disso mesmo.
Mais: inscreve tudo isso muito expressamente no respectivo contrato.
Não fica refém da iniciativa do vendedor que não vende ou do gestor que não gere, para romper o vínculo quando este se revela para si completamente insatisfatório.
Não deixa de despedir um e outro se falham, por não ter dinheiro para lhes "pagar a incompetetência", se assim me posso exprimir.
O profissionalismo é tudo isso!
É, sintetizando, arriscar com responsabilidade e esclarecimento e é achar formas contratuais sólidas, consistentes de se proteger (minimizando expressamente o risco).
O que, volto a dizer, não me parece que tenha minimamente sucedido neste caso: o 'Quique' falhou estrondosamente e o Clube, se quiser ver-se livre dele, ainda tem de o indemnizar--e de que maneira!
Porque não soube blindar-se.
Porque foi "amador", no modo como aceitou estruturar o vínculo contratual respectivo.
Era caro o Eriksson?
E quanto custou (quanto está custar!) em objectivos falhados e receitas perdidas, investimentos deitados janela fora, este 'Quique'?...
Não! Não se trata de suspirar pelo "D. Sebastião"!
Trata-se de contratar bem--em toda a extensão e acepção da palavra-
Um abraço benfiquista!