TREINADORES

Ouço os treinadores de outras equipas e fico espantado pela figura a que se prestam. É de uma obediência e submissão total, a vassalagem que é prestada ao clube do cavalo marinho. O baixar de calças constante à espera de promessas de bons ventos que tragam notícias de uma possível ida para outras paragens, ou quiçá a chantagem de não emprestar jogadores, o que poderia comprometer a época, uma vez que esses clubes são autênticos satélites do cluberrupto. Até me admira porque é que não lhes pedem o autocarro emprestado, uma vez que nem tinham de mudar de símbolo.
O discurso adoptado é de tal forma tão diminuto, tão redutor, tão beija-mãos, tão lambe botas, que praticamente pedem desculpa por irem pisar a horta do ecoponto azul ou por jogarem contra a equipa que gosta muito da noite de Vigo.
O último foi Daúto Faquirá (que estava à espera de outros voos, mas a época não está a correr de feição), que antes de jogar contra a equipa B (de Burros) do cluberrupto, disse timidamente que se conseguisse um empate já era bem bom.

E os jornalistas não sabem (não querem) perguntar o porquê dessa falta de ambição?
É que, quem joga contra o SLB, os jornalistas já sabem perguntar: “então, o que é que faltou para ganhar ao Benfica!”

Um dia, ainda são capazes de perguntar a treinadores que acabaram de jogar, e perder, com o cluberrupto: "então, perdeu por 3-0...está satisfeito?".