terça-feira, 28 de abril de 2009

Apeteceu-me

PS: Esta cabine telefónica não está sob escuta

Todos sabemos que nos países desenvolvidos económica e culturalmente, a justiça funciona dentro dos parâmetros estabelecidos e tem por base punir comportamentos incorrectos de quem não sabe viver em sociedade.
Olhando para o mapa da Europa, desviando o olhar para a esquerda, vemos um país rectangular com vista para o imenso Atlântico, mas que só alcança até às Berlengas. É um país velhinho que aprendeu muito pouco com os erros. Outrora já foi enorme, não só em termos de território, mas sobretudo em questões de mentalidade (e convém dizer que este país já foi dono de meio Mundo). Na realidade actual, por enquanto, tem o estatuto intocável de ser o 2º maior país da Península Ibérica. Mas como em tudo o que é pequeno, exceptuando a Suiça, Luxemburgo, Holanda e Bélgica, as situações tendem a ser manipuladas.
É como viver numa cabine telefónica, se nos virarmos para qualquer um dos lados, podemos sempre encontrar um juiz conhecido, um secretário de estado porreiro, um presidente da federação de futebol à maneira, um gajo qualquer a beber Jameson e a fumar charutos de casamentos ou até um tipo altamente fixe que nos avisa quando devemos abrir a porta e ir apanhar um pouco de ar... até Vigo (por exemplo).
Quase tudo funciona dentro de 1 gabinete e se funcionar em 2, estes têm de ter ligação entre si. Quem não quiser entrar no escritório (talvez pelo mau cheiro constante) sujeita-se a represálias ou a perder o seu sustento.
Neste país que vos falo, a justiça tem medidas diferentes para situações semelhantes, dependendo da cabine telefónica que se utiliza.
Obviamente vou falar de casos futebolísticos, porque este Estabelecimento não fala sobre o lindo céu de Lisboa, mas sim de futebol, mas mais do que falar sobre essa actividade desportiva, este Estabelecimento é sobre um Clube com Moral e que teve Tomates para virar as costas ao regime.
Mas hoje o tema é só sobre as nódoas do futebol e (in)justiças.
Estive a ler uns textos sobre as escutas que despoletaram o processo do Apito e sem surpresa nenhuma vi que os mais pequenos é que pagam a factura e a justiça gaba-se disso, como se ganhasse uma credibilidade extrema para depois poder ir aos telejornais dizer que não se brincam com as leis (algumas leis... as que eles entendem). Num país pequeno, em que as leis são as mesmas, tanto em Ferreira do Alentejo como em Macedo de Cavaleiros, é possível serem diferentes de Gondomar para Gaia (em que distam entre si cerca de 9,5km, segundo o Google Earth). É que em Gondomar uma juíza consegue meter o tribunal a ouvir escutas de combinações entre um ex-presidente de futebol e um árbitro, chegando à conclusão que se praticou um crime e punindo os intervenientes. Em Gaia, são mais finos, as escutas não servem para nada, apesar de serem esclarecedoras. Em Gondomar, apesar de não se conseguir provar que o árbitro tivesse realmente beneficiado a equipa em questão, o simples facto de haver 1 telefonema (mas houve mais) a incitar a essa prática, bastou que se provasse ter havido corrupção. Em Gaia não se provou que o árbitro tenha beneficiado uma das equipas e como tal não se provou dano ou corrupção, mesmo depois de terem afirmado que existia corrupção de árbitros de futebol e ao que parece devem ter uma tabela de valores, porque 2,500€ limpinhos... não eram nada.
E isto é dito em forma de gozo, todos sabem o que se passa e todos deixam andar. Porque andar... faz bem à saúde, mas era melhor se isto andasse com mais saúde... saudável.
Quando digo todos, refiro-me ao poder governamental, porque todos sabem disto e alguns estão metidos, mas saíram de fininho para não levantar ondas.
Ou os advogados destes casos foram bons ou maus, dependendo da situação, ou então uns tem melhores amigos que os outros.
Quando o Benfica avançou para a secretaria para impedir que um clube aldrabão fosse à LC, eu apoiei, pois o clube em questão não era digno de estar nessa prova, para além de mais quando a fpf o puniu com pontos retirados, estes foram assumidos. Mas o tipo que conseguiu convencer a UEFA a esquecer esta situação e fez um brilharete, porque depois sai a lei anti-corrupção só a partir de uma certa data, foi o mesmo que afirmou em tribunal a corrupção em Portugal (!!).
E eu não percebo como é que ainda vejo cachecóis azuis a dizer "anti-platini".

2 comentários:

am disse...

Caro amigo
Excelente post.
Assino por baixo.

Abraço

editor69 disse...

Nós...
comemos...o que queremos!
Não?